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CARTA AOS CONGRESSISTAS PELO CANCELAMENTO DOS EXERCÍCIOS MILITARES COM O EXÉRCITO DOS EUA NA AMAZÔNI

Começa a circular (ver abaixo) uma Carta aos Congressistas pelo cancelamento de manobras militares previstas para novembro, na Amazônia. Estas manobras irão se realizar em conjunto com militares do Brasil, Peru, Colômbia e, de maneira inédita, um contingente considerável de militares dos Estados Unidos.

Qualquer que seja a posição de cada um sobre o governo venezuelano, exercícios militares desta natureza são uma provocação contra a soberania da Venezuela e um risco também ao controle do Brasil sobre seu território amazônico. Portanto, a democracia, a luta pela soberania e a paz entre as nações do continente colocam a exigência de cancelamento destes exercícios militares. A Carta está aberta a novas adesões e deve ser enviada aos deputados e senadores na próxima semana.

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CARTA AOS (AS) SENADORES (AS) E DEPUTADOS (AS) FEDERAIS PELO CANCELAMENTO DOS EXERCÍCIOS MILITARES COM O EXÉRCITO DOS EUA NA AMAZÔNIA


Excelentíssimos Srs e Sras Congressistas,

Estão previstos para novembro exercícios militares inéditos na Amazônia. Estes exercícios durarão dez dias e terão a participarão de tropas brasileiras, colombianas, peruanas, e estranhamente também dos Estados Unidos, país que não possui território na região. As tropas estadunidenses, ao que se comenta, contarão com o contingente expressivo de homens das Forças Especiais Seal.

As manobras militares serão realizadas numa região chamada de “Cabeça do Cachorro”, na cidade de Tabatinga, e serão custeadas pelo governo dos Estados Unidos.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou há algumas semanas que não descarta uma intervenção militar na Venezuela. À essa ameaça do governo estadunidense, 28 entidades nacionais responderam defendendo o direito à autodeterminação da Venezuela e seu povo e chamaram à mais ampla solidariedade contra qualquer ingerência estrangeira nos assuntos internos de nossos vizinhos.

A realização destes “exercícios militares” são sem dúvida uma escalada de ameaça militar à Nação Venezuelana, ao seu Estado, ao seu Governo e ao povo venezuelano. Uma situação assim, sob o comando do Exército dos Estados Unidos, e sob as ordens de Trump, pode se transformar em qualquer tipo de escaramuça, desde o reconhecimento do terreno para uma futura intervenção, suporte para infiltrar um “exército” de mercenários em território venezuelano, e até mesmo numa guerra imediata sob todo o tipo de pretexto provocativo.

O governo Temer não tem o direito de criar o risco de envolver o Exército e o povo brasileiro numa guerra pelos interesses dos Estados Unidos nas reservas de petróleo da Venezuela, hoje as maiores do mundo, mesmo que ao preço de transformar a América Latina num novo Oriente Médio de guerras, e, tal qual naquela região também rica em petróleo, com centenas de milhares de mortos, outros centenas de milhares de feridos e mutilados e a destruição dos estados e de todas as infraestruturas mínimas às sobrevivências organizadas dos estados e dos povos.

O chefe do Exército brasileiro, General Eduardo Villas Bôas, declarou em junho, em reunião no Senado, que a Amazônia possui uma riqueza natural da ordem de 23 trilhões de dólares, o que não é desprezível à cobiça internacional daqueles que historicamente costumam valer-se da força militar para se apropriar do patrimônio dos povos, por isso, convidar as Forças Militares dos Estados Unidos para que aprendam e aperfeiçoem as formas de combate na selva Amazônica é algo que atenta contra nossa soberania e põe em risco nossa própria estabilidade territorial.

Segundo o artigo 49 da Constituição Federal é de competência exclusiva do Congresso Nacional “... permitir que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente”. Deste modo, nós abaixo-assinados, exigimos uma posição do Congresso Nacional pelo imediato cancelamento por parte do governo Temer das manobras militares de novembro com o exército dos EUA.


Primeiros signatários:

Paraná: Nivaldo Lopes (Palito), cineasta; Emmanuel Appel, professor universitário; Cláudio Ribeiro, advogado trabalhista; Péricles H. de Mello, deputado estadual (PT); Luiz Carlos Paixão, Executiva da Conf.Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE); José Valdivino Moraes, Executiva Nacional da CNTE; Alfeo Cappelari (prof Cafu), direção da APP-Sindicato; Fabiano Stoiev, dir. Núcleo Curitiba Norte da APP-Sindicato; Anísio G. Homem, Executiva Estadual do PT-PR, Antônio Goulart, engenheiro, militante da Consulta Popular; Solange Leite, psicóloga; Ney Jansen, professor estadual; Angelo Vanhoni, Secretário Geral do PT-PR, Boanerges Elias Neto, pres. Do Núcleo Curitiba-Norte APP-Sindicato; André Machado, pres. do PT-Curitiba; Francielle Santos, funcionária de escola, direção Núcleo Curitiba Norte APP-Sindicato, Maurício Pedro, funcionário de escola, base APP-Sindicato em Maringá(PSOL/MAIS), Adriane Sobanski, professora estadual; Rodrigo Tomazini, Núcleo Curitiba Norte APP-Sind.

Santa Catarina: Dennis Radunz, escritor; Johnson G. Homem, advogado; Fábio Bruggemann, editor/cineasta; Eduarda G. Farias, estudante UDESC, militante estudantil; Antônio Battisti





, presidente do PT-São José.


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