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LULA 2018? E O FORA TEMER?


CARTA DE TRIBUNA DOS TRABALHADORES

Número 3 – 03 de março de 2017

Contato:tribunalutadeclasses@gmail.com

LULA 2018? E O FORA TEMER?


É inquestionável, nem a Globo conseguiu esconder: FORA TEMER foi o grito de guerra de milhares e milhares de foliões neste carnaval pelo país.

É de se perguntar: se o Fora Temer tem estas proporções de adesão popular por que não há atos, manifestações, sendo convocados para agrupar milhões nas ruas e derrubar este governo do desemprego, da recessão, do ataque aos direitos e das privatizações? Por que a Greve Geral tão propalada não sai do papel? Por que uma campanha por eleições já não deslancha?


Nas decisões das cúpulas políticas e sindicais dos trabalhadores, pode estar a resposta a este fenômeno. Vejamos:


- A resolução de conjuntura do Diretório Nacional do PT de 20/01/2017 não menciona – pela primeira vez desde o golpe – o Fora Temer;


- Lula grava 5 vídeos para inserções em TV e rádio para programas eleitorais gratuitos que o PT tem direito nos Estados e sequer menciona o governo Temer, muito menos denuncia seu caráter ilegítimo e usurpador;


- O Senador Humberto Costa, do PT, além de ter votado no golpista Eunicio Oliveira (PMDB-CE) para presidente do Senado, dá entrevista à revista Veja propondo “abandonar o discurso de denúncia do golpe” e não esconde sua posição “mais aberta, mais negociadora” para com Temer e seus aliados no Congresso Nacional;


- As direções das mais importantes Centrais Sindicais se reúnem para acertar um chamamento por manifestações comuns no dia 15 de março (dia do início da Greve Nacional dos educadores convocada pela CNTE-CUT) e excluem o Fora Temer dos eixos de convocação, centrando apenas em “nenhum direito a menos”.


Cada dia de permanência do governo Temer – em crise profunda, com demissões de ministros e a constatação de que se trata de uma quadrilha de corruptos – é um pesadelo para a classe trabalhadora, para a juventude, para a população pobre do país.


Subordinado aos interesses do mercado financeiro e das multinacionais, Temer não se importa em “quebrar” a nação para que o lucro dos especuladores com a dívida pública, com a entrega do pré-sal, alcance somas estratosféricas. Trata-se de um ritmo de destruição à maneira do que vem sendo feito na Grécia, por exemplo. Uma destruição que responde as necessidades da crise mundial do capitalismo que não estanca.


A continuidade do governo Temer – com seus aliados no Congresso Nacional e no Judiciário, instituições apodrecidas - implica em sérias ameaças à previdência social dos trabalhadores (Projeto de Emenda Constitucional nº 287) e aos direitos trabalhistas. É esse sentimento de ameaça que faz com que a maioria do povo se pronuncie pelo Fora Temer.


O editorial do jornal O Globo, do dia 2 de março, mostra que agenda destruidora de direitos deve prosseguir. Para a família Marinho, mesmo com o governo Temer cambaleando, os políticos devem manter Temer para que ele conclua os objetivos importantes do golpe, ou seja, para que o calendário das “reformas” da Previdência e Trabalhista siga em frente:

"Volte ou não Padilha para o ministério, a reforma da Previdência e as que se seguirão, como a trabalhista, têm de ser tratadas pelos políticos com a importância que merecem, acima dos interesses menores do baixo clero e similares”.


Para a Eurasia, a principal consultoria de risco político do mundo, com sede em Nova York, “A semana do carnaval é a calma antes da tempestade” para o governo Temer, prevendo um mês de março de “grandes turbulências” dada a divulgação da delação da Odebrecht e o começo da tramitação no Congresso da Reforma da Previdência.


É neste cenário que foi divulgada, no dia 2 de março, a “Carta das (os) Brasileiras(os)” tendo como tema “Por que Lula?”, com a assinatura de mais de 400 intelectuais, artistas e personalidades. A pretensão da Carta é “solicitar ao ex-Presidente Luiz Inácio LULA da Silva que considere a possibilidade de, desde já, lançar a sua candidatura à Presidência da República no próximo ano, como forma de garantir ao povo brasileiro a dignidade, o orgulho e a autonomia que perderam”. (grifo nosso)


Independente da intenção dos que assinam esta carta – inúmeros lutadores valorosos – o seu conteúdo acaba acomodando-se à permanência de Temer até 2018, isso quando o clamor das ruas é por “Fora, Temer”.


Explica a carta o “por que” Lula Presidente:


“...porque é fundamental para o futuro do Brasil assegurar a soberania sobre o pré-sal, suas terras, sua água, suas riquezas; porque o País deve voltar a ter um papel ativo no cenário internacional; porque é importante distribuir com todos os brasileiros aquilo que os brasileiros produzem”.


Realmente é preciso retomar a soberania do Brasil sobre o pré-sal, sobre suas riquezas como o minério de ferro reestatizando a Vale do Rio Doce...é preciso, e urgente, distribuir a renda e garantir o acesso aos serviços públicos revogando a PEC 55, o direito à educação revogando a lei do ensino médio, garantir o direito à aposentadoria digna e às leis trabalhistas derrotando as “reformas” em tramitação no Congresso. Mas tudo isso é incompatível com a agenda do mandato usurpador de Temer a serviço do mercado.


De nossa parte achamos que é essencial que o dia 15 de março – início da Greve Nacional dos educadores – se transforme num grande dia de luta pelos direitos e por “Fora, Temer” e que por todo o país comecem a ser constituídos comitês de base contra a reforma da previdência, em defesa dos direitos e Fora Temer.

Fração Comunista Internacionalista (FCI)



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