CARTA DE TRIBUNA DOS TRABALHADORES Número 1/2017 – janeiro de 2017
Faixa pela Constituinte no desfile da posse de Dilma em 01/01/2015.
CARTA DE TRIBUNA DOS TRABALHADORES Número 1/2017 – janeiro de 2017
Os militantes do PT não podem admitir o voto em golpistas: que os parlamentares respeitem a base.
No inicio fevereiro vão acontecer as eleições para as mesas diretoras da Câmara Federal e do Senado. O Diretório Nacional do PT, reunido em 20 de janeiro, decidiu, por 45 votos a favor e 30 contra, permitir acordos para apoiar parlamentares golpistas a presidência e cargos nas mesas diretoras, remetendo para as bancadas petistas na Câmara e no Senado a decisão final.
O Senador Lindbergh Farias gravou um vídeo amplamente divulgado onde inconformado declara:
“É um escândalo, um erro brutal. Uma decisão descolada da realidade, sem consonância com a militância do partido e da esquerda em geral. É preciso muita pressão da militância para reverter esse absurdo (...) É um cretinismo parlamentar. É quando um parlamentar de esquerda, que está no Parlamento há muito tempo, começa a achar que tudo é Parlamento, que o mundo é Parlamento. Fora, você tem movimentos sociais. Precisamos entrar 2017 com sangue nos olhos, pedindo diretas já, defendendo Lula”.
A senadora Gleisi Hoffmann, que defende a mesma posição de Lindbergh e é da corrente majoritaria CNB, voltou a expor em video (ver em sua pagina no facebook) o que ja havia escrito num texto publico, a saber:
“Grande parte dos governistas de hoje... Continuam patrocinando um processo de golpe contra a democracia, ao rasgar a Constituição de 1988 com a PEC 55 e atentar contra direitos elementares do povo brasileiro com a proposta de Reforma da Previdência e Reforma Trabalhista. Vivemos um período de anormalidade política e democrática. Ignorar isso, fazer acordo nessa conjuntura, é avalizar o golpe e a desconstrução do Estado de Bem Estar Social Mínimo construído a partir da Constituição de 1988. A garantia do espaço nas instâncias de cada Casa Legislativa, a que deveríamos ter sempre direito, não pode ser a condutora do nosso posicionamento político. O que deve nos mover é a defesa intransigente do Estado Democrático de Direito e a denúncia da covarde destruição de conquistas trabalhistas e sociais mínimas que estão sendo patrocinadas pelo governo do golpe e seus apoiadores”. A Executiva Estadual do PT do Rio Grande do Sul, tomou a seguinte posição:
“O objetivo do Golpe é de implantar no país o maior retrocesso de Direitos Sociais e trabalhista de nossa história e o congresso nacional tem sido a força que move o golpe e de forma truculenta tem passado toda a agenda golpista como a entrega do petróleo, a reforma do ensino médio, a PEC da morte entre outras. O PT RS entende que na eleição da mesa diretora e à presidência da câmara dos deputados nosso partido deve dar um forte recado aos golpistas não apoiando nenhuma candidatura comprometida com este projeto de ataque à classe trabalhadora (...) Neste sentido a bancada federal gaúcha está orientada a não votar em nenhum golpista. Fora Temer, Diretas Já”.
A militancia petista, que tem combatido contra o golpe, que nas suas organizações sindicais e populares tem levantado a bandeira do Fora Temer, defesa dos direitos, por democracia e contra o estado de exceção, não pode admitir que seus parlamentares, eleitos pelo esforço militante de todos, votem e apoiem golpistas como Rodrigo Maia, Jovair Arantes ou Eunicio Oliveira ou qualquer outro que tenha votado e apoiado o golpe. Como podem os militantes petistas da direção e da base da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) aceitarem que, enquanto eles se engajam na preparação de uma greve nacional dos educadores aprovada pelo Congresso da entidade pelo Fora Temer e em defesa dos direitos, os deputados e senadores do PT façam acordos com os golpistas?
Como podem os petistas dirigentes nacionais da CUT e os dirigentes de milhares de entidades sindicais espalhadas pelo Brasil admitirem um acordo com parlamentares comprometidos com o golpe e a politica de ajuste para destruir direitos?
Estamos no processo de preparação do 6° Congresso do partido. Um Congresso que todos dizem deve devolver a esperança a militancia e resgatar/reconstruir/mudar o PT. Mas que tranformação partidaria sera possivel repetindo a politica de conciliação com os inimigos de classe e da democracia que levou o partido a não realizar em 13 anos de governo as profundas reformas de base que a maioria do povo aspirava?
E urgente que TODAS as instancias do partido de alto a baixo, os militantes reunidos em nucleos, filiados de um mesmo bairro, de uma mesma empresa, de uma mesma direção sindical, de uma mesma associação popular ou do movimento estudantil, aprovem moções, tomem posições, contra acordos e voto em golpistas nas eleições das mesas diretoras da Camara e do Senado. Os parlamentares petistas podem muito bem formar “chapas” de oposição e até lançar candidatos proprios para concorrer. Os endereços eletronicos dos deputados federais podem ser encontrados em https://www.ptnacamara.org.br/index.php/bancada-pt e a dos senadores em http://www.ptnosenado.org.br/site/ .
Os 30 dirigentes do PT que votaram no Diretório Nacional contra a aliança com golpistas podem ajudar a impulsionar essa campanha nacionalmente. Para nos da Fração Comunista Internacionalista (FCI) a Câmara Federal e o Senado são instituições apodrecidas e dominadas por representantes dos grandes grupos empresariais e latifundiários (os golpistas!) que atentam contra os direitos mais elementares do povo brasileiro, por isso propomos que a maioria da população tenha o direito de - através de uma Constituinte Soberana e democraticamente eleita a partir de verdadeiras representações populares – fazer uma profunda reforma politica e aprovar as reformas sociais indispensáveis a romper com a politica de ajuste fiscal, de retirada de direitos e privatizações.