Dialogando sobre uma saída para a situação política com o golpe: FORA TEMER, CONSTITUINTE SOBERANA!
Editorial FORA TEMER, GOVERNO GOLPISTA A SERVIÇO DO IMPERIALISMO E DA EXPLORAÇÃO: CONSTITUINTE SOBERANA!
A destituição da presidente Dilma Roussef por 61 dos senadores estava no cronograma dos golpistas.
Contraditoriamente, o mandato de Dilma foi cassado, mas seus direitos políticos mantidos, o que é mais uma prova de que não havia crime algum que justificasse o impeachment.
Canalhas. Foi como um dos senadores contra o impeachment denominou os golpistas. Não resta dúvida: canalhas.
A Executiva Nacional do PT, reunida dia 2 de setembro, com a presença de Lula, identificou corretamente em sua resolução política quem verdadeiramente está por detrás do golpe:
“O governo usurpador (...) integra a ofensiva conservadora na região, cuja lógica é a recuperação de território econômico, político e ideológico pelo principal país imperialista, os Estados Unidos”.
Não é por acaso que de pronto, no mesmo dia 31 de agosto, o governo de Obama, através do porta-voz do Departamento de Estado americano, John Kirby, abençoou a farsa no Congresso brasileiro: "as instituições democráticas brasileiras agiram dentro de seu ordenamento constitucional". Lula já havia denunciado em reunião da Direção Nacional da CUT a sanha imperialista por nossas riquezas:
“Vejam, o que os EUA fizeram assim que descobrimos o Pré-Sal? Eles colocaram em funcionamento a 4ª Frota da Marinha do Atlântico. Desde então, eles estão de olho no petróleo e ficaram muito contrariados quando aprovamos a partilha”.
Temer, tão logo tomou posse como presidente, no mesmo dia e no mesmo Senado que destituiu Dilma, fez um pronunciamento no qual deixou claro que seu governo tem pressa em acabar com os direitos trabalhistas e aumentar a idade mínima para a aposentadoria, assim como pretende atacar os serviços públicos, os gastos sociais e privatizar. Tudo isso para entregar mais dinheiro aos que especulam com a dívida pública. Essa é a natureza de classe do golpe promovido pelas oligarquias empresariais e financeiras contra a classe trabalhadora, os jovens, a maioria da população do país com a finalidade de aumentar seus já estrondosos lucros.
Os partidos que se reclamam da classe trabalhadora como PT, PSOL e PCdoB se posicionaram pela ilegitimidade do governo usurpador e pelo FORA TEMER. A CUT, a UNE têm a mesma posição. O MST foi bastante claro em dizer que se recusa a reconhecer o governo Michel Temer. As manifestações de rua que se sucedem a cada dia pelo FORA TEMER, reunindo cada vez mais participantes, com o predomínio da juventude até aqui, mostram que o governo golpista é minoritário e não tem qualquer respaldo popular e por isso reage com a repressão policial.
Neste contexto, os bancários preparam uma greve nacional que se inicia no dia 6 de setembro. A greve é contra a vergonhosa proposta dos banqueiros golpistas que ofereceram um reajuste salarial bem abaixo da inflação do período e de rebaixamento em outros direitos. É preciso um amplo apoio e solidariedade de todos os trabalhadores e da juventude a essa greve. É necessário derrotar Temer e os patrões que patrocinam o golpe.
A CUT está convocando para o dia 22 de setembro um DIA NACIONAL DE PARALISAÇÕES E LUTA pela pauta dos trabalhadores e contra as ameaças aos direitos. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) já respondeu chamando a mobilização nacional em sua base, que são milhões pelo país.
Tudo isso, somado à disposição de luta pelo FORA TEMER, que tende a crescer, deve fazer do dia 22 uma data chave para que a classe trabalhadora surja na cena política com seu método próprio, a greve, para ajudar a derrubar Temer, derrotar os patrões golpistas e impor uma Constituinte soberana dando a palavra ao povo.
Alguns tratam o dia 22 de setembro como um “esquenta” para a Greve Geral porém, pelo acirramento da situação, e tendo o governo ilegítimo já começado os ataques aos direitos, poderia ser preparado nas categorias, nas universidades, nas escolas, no campo, desde já, a possibilidade de ser deflagrada a Greve Geral até o dia 22. A Frente Brasil Popular, a CUT, poderiam retomar a proposta de uma Assembleia Nacional Popular para preparar a Greve Geral e derrubar de uma vez esse governo usurpador.
A Executiva do PT lançou a proposta de uma campanha pelas diretas já para Presidente da República. Posição semelhante têm o PSOL e o PCdoB (embora na forma de ser precedida de uma consulta ao povo através de um plebiscito), assim como algumas entidades sindicais e populares. Seria uma maneira de devolver ao povo o direito democrático da escolha do Presidente usurpado por Temer, a maioria do Congresso Nacional e o STF. A questão é: o que fazer com esse Congresso Nacional de corruptos e golpistas? Deixá-lo em paz para que continue a promover as chantagens políticas que ameaçam a própria soberania do voto popular, como acabaram de fazer em nome da oligarquia empresarial e financeira? Concordamos com o MST quando propõe:
“A saída para a crise política, econômica e social que vivemos é a defesa irrestrita da democracia. Acreditamos ser fundamental mudanças no sistema político brasileiro e defendemos a convocação de uma Constituinte Exclusiva para mudar o sistema político. É preciso garantir a inclusão do povo nos processos decisórios do país, de forma a garantir a participação popular nos temas de interesse nacional, tais como as reformas estruturantes, historicamente impedidas pela classe dominante”.
Não nos opomos àqueles que pedem Fora Temer “diretas já”, ou os que se posicionam por “eleições gerais”, mas consideramos que ambas as posições não respondem ao combate para impedir a continuidade do atual sistema político herdado da ditadura e seu Congresso de golpistas, o que só pode ser feito através de uma Constituinte Soberana que dê a palavra ao povo e ponha fim às atuais instituições corrompidas e antidemocráticas.